Já dizia Hans Enzensberger que a manipulação dos meios de comunicação por todos é saída para que não aconteça a condução da massa, é através do conhecimento dos processos que se consegue autonomia perante os mecanismos.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Reportagens com base de dados, um desafio para o jornalista

Hoje em dia, é muito comum se deparar com textos jornalísticos que possuem forte apuração de dados que comprovam algum fato. Isso porque o jornalista tem à disposição uma tecnologia avançada para se trabalhar reportagens baseadas em dados e, assim, a técnica investigativa se torna cada vez melhor. Exemplo desses procedimentos é o Portal da Transparência do governo federal que disponibiliza dados para download e os bancos de dados que, algumas vezes não são devidamente publicados.

Porém, nem sempre é harmoniosa a relação de jornalistas com dados que apresentam números. Algumas vezes pode acontecer de haver algum erro de cálculo, falta de conhecimento de quem forneceu os dados e o uso incorreto de gráficos. Para evitar esses tipos de erros, no Reino Unido, a Sociedade Real de Estatística lançou um conjunto de 12 regras para jornalistas interpretarem números corretamente.

José Roberto de Toledo, especialista em reportagem com auxílio de computador, aponta três ferramentas úteis para quem pratica o jornalismo baseado em dados. O Google Refine compatibiliza tabelas que têm campos comuns facilitando a limpeza e organização dos dados; Panda Project, repositório compartilhável de bases de dados que permite o acesso do conteúdo das tabelas a vários jornalistas de uma vez, como em uma redação; e o Overview que faz buscas em documentos com uma grande quantidade de dados e gera agrupamentos de palavras ou expressões.

O uso de dados contemplados pelas tecnologias fornecidas se torna, a cada dia mais, fundamental para que se repassem informações úteis de cunho social. Muitos casos denunciados, como de políticos corruptos, já foram solucionados com o uso desses dados. Um exemplo foi quando repórteres do Paraná revelaram irregularidades na Assembleia Legislativa do Estado, cujas pesquisas em um banco de dados duraram cerca de dois anos e conseguiu informações em mais de 700 diários oficiais.

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